PEC 10 pode permitir compra de papéis podres com títulos da dívida

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16/04/2020 15:01 | Atividade Parlamentar | Da assessoria do deputado Carlos Giannazi

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Carlos Giannazi, Maria Lucia Fattorelli e Celso Giannazi<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2020/fg248440.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli está alertando a população de que a PEC do Orçamento de Guerra (PEC 10/2020) poderá permitir um escandaloso esquema de transferência de mais de R$ 1 trilhão aos bancos em troca de papéis podres. Conforme um dos substitutivos apresentados no Senado, o Banco Central poderá negociar diretamente com os bancos no mercado secundário. Além disso, a proposta torna os agentes públicos envolvidos imunes em relação à Lei de Improbidade Administrativa.

"No mercado de balcão, são dois investidores independentes negociando o que quiserem, sem nenhum regramento ou vigilância, como acontece na bolsa de valores", explicou a auditora fiscal aposentada. Ela prevê que os bancos vão empurrar para o Banco Central " que também é dirigido por banqueiros " dívidas de empresas falidas, sem a menor perspectiva de recebimento. E em troca receberão títulos da dívida pública brasileira. "São os títulos públicos que pagam os maiores juros do mundo", ressaltou.

Fattorelli participou de live promovida na segunda-feira (13/4) pelos parlamentares do PSOL Carlos Giannazi (deputado estadual) e Celso Giannazi (vereador da capital). Ela também denunciou que o aporte de R$ 1,2 trilhão feito com o discurso de "dar liquidez ao mercado" não está chegando às pequenas empresas na forma de empréstimos baratos. Ao contrário, os bancos estão calculando o risco da operação e repassando esse custo, o que resulta em juros ainda mais altos.


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