Cumprimento de carga horária por EaD não garante aprendizado

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17/04/2020 15:43 | Atividade Parlamentar | Da assessoria do deputado Carlos Giannazi

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Em live realizada pelo deputado Carlos Giannazi e o vereador Celso Giannazi (ambos do PSOL) em 8/4, o professor de filosofia, Alê Garcia, criticou a forma como a Secretaria da Educação pretende cumprir as 800 horas do ano letivo. Para ele, um conteúdo de ensino a distância (EaD) feito às pressas e transmitido pela TV Cultura não leva em conta a realidade da maior parte do alunado, que vive nas periferias. "São casas pequenas, onde moram muitas pessoas em um único ambiente e há apenas um aparelho de TV."

Também educador, Carlos Giannazi considera que, no lugar de um programa de EaD feito "para inglês ver", a melhor saída é a redução tanto dos dias letivos quanto da carga horária em 2020. "Este é um ano excepcional, estamos vivendo uma guerra. O conteúdo didático é importante, mas ele tem de ser contextualizado. Devemos, sim, manter contato com os nossos alunos, mas para debater a crise, a falta de amparo do governo e as desigualdades, além de ajudar a criar redes de solidariedade para garantir a sobrevivência de todos", argumentou.

Como professor e coordenador pedagógico da rede estadual de ensino, Alê Garcia denunciou a "pressão escalonada" que os educadores estão sofrendo " e também sendo obrigados a exercer " para que, na ponta, os alunos desenvolvam atividades que pouco vão agregar a seus conhecimentos e valores. Além disso, o docente considera insubstituível a interação professor-aluno, única forma de manter um acompanhamento individualizado.


alesp