O plano de emergência proposto pelos metroviários para a pandemia, além da testagem de todos os servidores e o fornecimento dos EPIs, requer que mais setores da economia participem da quarentena. Em videoconferência com o deputado Carlos Giannazi e o vereador Celso Giannazi (ambos do PSOL) em 16/4, a coordenadora sindical Camila Lisboa considerou que muitos setores não essenciais - como indústrias e construção civil - continuam funcionando. "Houve uma opção por preservar o lucro dessas empresas em detrimento do direito de todos os trabalhadores se protegerem". Para embasar sua argumentação, a sindicalista usa como termômetro o número de usuários do metrô, que de até 4 milhões por dia foi reduzido para algo torno de 750 mil. "É pouco se comparado à normalidade, mas é muito alto no contexto atual. Ainda há momentos de superlotação que favorecem o contágio. " Como o transporte público é atividade essencial, Lisboa advertiu que seus trabalhadores devem estar protegidos com o uso de todas as ferramentas possíveis, pois se o transporte metropolitano entrar em colapso, "o profissional da saúde não vai chegar". Dos 77 metroviários já afastados por Covid-19 (28 casos confirmados, 28 com sintomas e 21 com exposição ao vírus), apenas dois se curaram e voltaram ao trabalho. Em relação aos países com melhor resposta à pandemia, que reforçaram a higienização dos transportes públicos, também o metrô paulista vai em sentido contrário. Apenas na Linha 3, foram cem demissões de funcionários terceirizados responsáveis pela limpeza.