Servidores repudiam alíquotas diferenciadas e se unem por reajuste geral de 20%

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24/02/2022 14:44 | Atividade Parlamentar | Da assessoria do deputado Carlos Giannazi

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Os diferentes índices de reajuste para o funcionalismo anunciados pelo governador Doria, provavelmente com a intenção de dividir e enfraquecer as entidades representativas desses trabalhadores, aparentemente não surtiu o efeito desejado. Sua proposta seria a de conceder 20% aos servidores da Segurança e da Saúde e 10% para todas as demais categorias, exceto para o magistério, que, em vez de reajuste, teria a opção de migrar para uma nova carreira, teoricamente mais bem remunerada.

Em resposta a esses três tipos de reajuste, a Frente Paulista em Defesa do Serviço Público, coordenada por José Gozze, realizou em 21/2 uma audiência pública no ambiente virtual da Assembleia Legislativa, espaço que foi cedido mediante requerimento do deputado Carlos Giannazi (PSOL). No encontro, representantes de dezenas de sindicatos concordaram em unificar a luta por um reajuste de 20% para todos.

Mesmo para as poucas categorias que tiveram reajuste em 2020, o índice de 20% mal repõe e inflação do período. Grande parte dos servidores estaduais estão há muito mais tempo com seus salários corroídos. "Nós tivemos o confisco da previdência para os servidores da ativa e para os aposentados e pensionistas, tivemos também o aumento da contribuição para o Iamspe", afirmou Carlos Giannazi. O deputado ressaltou que não há nenhuma proposta de reajuste para o magistério, a não ser a adesão à nova carreira, que, em tese, teria vencimentos iniciais 70% superiores. Para ele, entretanto, a nova carreira é uma armadilha, já que o pagamento por subsídio impede a evolução funcional. "Quem aderir vai perder todos adicionais, quinquênios, sexta-parte", advertiu.

Um exemplo de união foi dado pela diretora do Sindafitesp Margarete Walter Pereira. Ele informou que os servidores do Instituto de Terras (Itesp) estão há quase 10 anos sem reajuste de vencimentos. Isso significa que qualquer índice conquistado em conjunto com o restante do funcionalismo seria insuficiente para atualizar o poder de compra de seus salários. Apesar disso, ela defende um aumento de 20%, amplo e irrestrito, para todos os funcionários.

Supervisora de educação da rede municipal, Luciene Cavalcante propôs uma luta conjunta dos servidores das três esferas de governo, uma vez que a desvalorização do funcionalismo acontece de forma organizada em todo o país, com o acirramento das políticas neoliberais. Ela destacou que, no município de São Paulo, já são seis anos em que reajustes são de 0,01%.

José Gozze destacou três datas importantes de mobilização: 8/3 será o dia de luta contra a violência contra as mulheres; 16/3, haverá uma manifestação unificada das campanhas salariais em âmbito federal, estadual e municipal; e 30/3, conforme proposta dos servidores federais, será um dia de paralisação total.

alesp