Seminário discute papel das empresas públicas na prevenção das catástrofes climáticas em SP

Evento debateu alternativas para garantir desenvolvimento com respeito ao meio ambiente e qualidade de vida
14/09/2023 18:49 | Seminário | Fábio Gallacci - Foto: Rodrigo Costa

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Seminário transição ecológica<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2023/fg308788.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo recebeu, nesta quarta-feira (13), o "Seminário sobre Transição Ecológica Popular e Justiça Climática". O evento foi organizado pela Bancada Feminista do PSOL e teve o objetivo de discutir o papel das empresas públicas na prevenção e no combate aos problemas causados pelos eventos da natureza, cada vez mais comuns e prejudiciais à população.

A codeputada Mariana Sousa coordenou a mesa de debate, que contou com a participação de representantes dos sindicatos dos Metroviários; Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente (Sintaema); Federação Única dos Petroleiros; e Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil.

Ações socioambientais

Para os participantes, manter as empresas com gestões públicas favorece ações mais eficazes quando o assunto são as questões socioambientais. Uma transição de modelo energético no Estado e no País traria benefícios ao meio ambiente e melhores condições de vida também pelo modo público de gestão, segundo eles.

"Já vivemos em um panorama de crise climática global, então, a tendência é a de que esses eventos extremos aconteçam com uma frequência cada vez maior. Por isso, os governantes precisam estar preparados. No Estado de São Paulo, nós já temos um plano relacionado às mudanças climáticas desde 2009, entretanto, as estratégias ainda não foram colocadas em prática mais de uma década depois", comentou Mariana.

A codeputada se posicionou contra a possibilidade de privatização de empresas como o Metrô e a Sabesp. "Nosso posicionamento é contra a privatização dessas empresas, justamente por pensar que o setor privado visa o lucro acima de outras questões, como as necessidades socioambientais. Temos vários exemplos no mundo de que as tarifas aumentam, que a água deixa de chegar a municípios que não geram tanto lucro. No caso do transporte, ele tem de ser cada vez mais acessível a todos e não o contrário. Mais metrô, menos carros nas ruas", afirmou ela.

Desafios

Mariana ainda ressaltou que, atualmente, tramita na Alesp uma proposta que trata especificamente dos desafios climáticos que já se apresentam ao redor do planeta. O caso mais recente aconteceu esta semana na Líbia, onde há o registro de mais de 10 mil pessoas mortas após inundações provocadas por uma tempestade. Ainda este mês, no Brasil, inundações deixaram milhares de desalojados e desabrigados no Rio Grande do Sul. Em fevereiro, deslizamentos provocaram 64 mortes em São Sebastião, Litoral Norte paulista.

"Um dos nossos projetos de lei, que está tramitando aqui na Alesp, é justamente o que trata da aplicação de uma política ambiental de prevenção e combate a essas tragédias. São Paulo tem muita capacidade de fazer uma transição ecológica, por exemplo, investindo no transporte sobre trilhos, que é limpo e pode ser mais acessível. Isso pode diminuir consideravelmente os poluentes que potencializam o efeito estufa", comentou a codeputada.

Racismo ambiental

O Seminário ainda tratou do chamado racismo ambiental, que aponta como as maiores vítimas de tragédias climáticas as populações negras, indígenas e quilombolas. São as pessoas mais pobres, que acabam sendo obrigadas a viver em áreas de risco. "São Sebastião é, infelizmente, um exemplo disso. As pessoas que mais sofreram ali foram as que estavam na periferia, vivendo em um lugar de ocupação não adequado porque não havia opção, e lá tiveram suas vidas e casas perdidas", lamentou Mariana.


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