A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo promove ações e aprova leis voltadas à saúde e ao bem-estar da população. Uma delas é o Fevereiro Roxo, campanha anual destinada à conscientização sobre o combate e prevenção do Lúpus, Fibromialgia e Alzheimer. Embora as três doenças não tenham cura, o diagnóstico correto e precoce pode atenuar os sintomas e proporcionar melhor qualidade de vida.

Nesse sentido, algumas iniciativas elaboradas pelo Parlamento Paulista nos últimos anos se destacam. Dentre elas, está a Lei 10.215/1999, que criou a Política Estadual de Conscientização e Orientação sobre o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES). A medida determina que o Estado garanta o acesso ao protetor solar, essencial para quem possui a doença, já que a exposição exagerada ao sol é um dos fatores de risco.

Outra norma é a Lei 16.873/2018, que autoriza o Poder Executivo a criar o Centro de Referência de Diagnóstico e Tratamento de Pessoas Afetadas pela Síndrome Fibromiálgica, onde médicos especializados acompanham e orientam pacientes e familiares.

Já a Lei 13.025/2008 estabeleceu o Dia Estadual do Portador do Mal de Alzheimer, celebrado anualmente em 21 de setembro. Em 2023, a Casa ainda criou a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Pessoas com Epilepsia, Autismo, Alzheimer e Mal de Parkinson.

Lúpus

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), ou simplesmente lúpus, é uma doença crônica e autoimune, em que o sistema imunológico ataca o próprio corpo, causando inflamações e lesões na pele, dor nas articulações e comprometimento dos rins, pulmões e sistema nervoso, ocasionando dificuldade para respirar, desmaios, convulsões e tromboses.

Estudos médicos apontam que fatores como predisposição genética, uso de determinados medicamentos e a exposição inadequada à luz solar são os principais fatores de desenvolvimento da doença. Isso ocorre, porque o sol pode agravar uma infecção já preexistente, desencadeando o surgimento de manchas avermelhadas no rosto, colo e braços.

Nesse sentido, a Sociedade Brasileira de Dermatologia revela que oito dentre dez pacientes com lúpus possuem a pele afetada. Estima-se ainda que no verão ocorre uma ampliação de 50% no número de consultas dermatológicas, devido ao aumento da umidade e transpiração do corpo.

Segundo o Ministério da Saúde, as mulheres de 15 a 40 anos de idade compõem o grupo de risco. Além disso, a doença é até quatro vezes maior em pessoas mestiças e afrodescendentes.

Embora não exista uma forma de prevenção específica, o diagnóstico precoce evita maiores danos ao organismo. O uso de filtro solar diariamente e o tratamento com anti-inflamatórios e corticoides também melhoram a qualidade de vida das pessoas afetadas pela doença.

Fibromialgia

A fibromialgia é uma síndrome caracterizada por dores crônicas e generalizadas, especialmente na musculatura, mas, ao contrário do lúpus, não há inflamação. Distúrbios no sono, fadiga, alterações de memória e atenção, ansiedade e depressão também são alguns sintomas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a patologia afeta até 3% da população, sendo mais frequente em mulheres de 30 a 50 anos.

Vivian Batista, bióloga diagnosticada em 2016, relata que já possuía uma predisposição à doença, pois sua mãe e tias também já eram portadoras. "Eu sinto muita dor nas articulações, rigidez matinal, fraqueza nas mãos, dificuldade de pisar no chão devido ao inchaço nos pés, cansaço e falta de um sono reparador. Isso torna o cotidiano desgastante, porque a gente não fica tão produtivo. Em alguns momentos, também esqueço qual palavra vou falar, porque a fibromialgia afeta tanto a saúde física quanto a cognitiva", conta.

Isso acontece devido a uma alteração no sistema nervoso central do paciente que faz com que ele tenha uma percepção maior da dor. Atualmente, Vivian controla os sintomas com medicamentos, terapia, alimentação saudável e prática regular de atividades físicas de baixo impacto, como natação e yoga, que ajudam a melhorar a sua qualidade de vida.

Alzheimer

O Alzheimer é um transtorno degenerativo que afeta o cérebro, causando demência, perda progressiva da memória, linguagem, atenção e raciocínio, além de sintomas como depressão e ansiedade.

Especialistas em saúde apontam que o histórico familiar, o baixo nível de escolaridade e o envelhecimento são os maiores fatores de risco. Baseado nisso, o Ministério da Saúde estima que, atualmente, os idosos brasileiros representam mais da metade dos casos de Alzheimer, que também é a causa de até 70% dos quadros de demência.

Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), uma pesquisa da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) descobriu que o otimismo em relação ao futuro pode reduzir em até 53% as chances de desenvolver o Alzheimer.

Manter a mente sempre ativa por meio de jogos e outras atividades que estimulem o raciocínio ajuda no tratamento e na prevenção. Além disso, evitar o fumo e o consumo de bebidas alcoólicas, ter uma alimentação saudável e praticar atividades físicas regularmente também são práticas recomendadas.