Audiência pública discute automatização e retirada de operadores do monotrilho que atende a Capital

Representantes dos metroviários estiveram na Alesp para questionar a política de automação do Metrô, apontando risco aos usuários; atividade foi promovida pela deputada Monica Seixas do Movimento Pretas (Psol)
04/04/2025 19:29 | Mobilidade | Da Redação - Fotos: Larissa Navarro

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Audiência pública: segurança dos usuários<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg342801.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Dep. Monica do Movimento Pretas: questionamento<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg342802.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Pres. dos metroviários Camila Lisboa: trabalho<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg342803.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Operador Fernando Sales: precariedade<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg342804.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Audiência pública: questionamento <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg342805.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, nesta quinta-feira (3), discutiu questões estruturais e de prestação de serviços da Linha 15-Prata do Metrô. O sistema monotrilho, criado para atender pela superfície regiões populosas da Grande São Paulo, transporta cerca de 120 mil pessoas diariamente. O interesse da empresa em automatizar completamente o sistema e, como consequência, retirar os operadores dos trens foi alvo de questionamentos dos participantes do debate promovido pela deputada Monica Seixas do Movimento Pretas (Psol).

"Nós achamos isso uma irresponsabilidade. É importante destacar que o sindicato já fez uma denúncia ao Ministério Público sobre a retirada dos operadores. Nosso mandato quer se juntar nessa ação de cobrar do MP celeridade sobre a análise em relação à segurança dos passageiros. O Metrô corta vagas, mas a tarifa não abaixa", comentou a deputada.

Monica ainda tratou sobre a necessidade de uma legislação que garanta a permanência dos trabalhadores como forma de aumentar a proteção dos usuários da linha. "Para que o operador cumpra esse papel de trava de segurança. Vamos criar um grupo para discutir a conformação de uma legislação nesse sentido. Já disparamos uma série de requerimentos de informação baseados em questões levantadas nessa audiência", apontou a parlamentar, ressaltando que a empresa também precisa responder como pretende atender questões como o acesso de pessoas com deficiência e os casos crescentes de assédio sexual contra as mulheres em um cenário sem operadores nos trens.

Privatização

Presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa participou da atividade. "O que está em debate não é a questão tecnológica, que nós todos valorizamos, mas a segurança da população de São Paulo e a garantia de manutenção de postos de trabalho. É muito importante que várias esferas da sociedade tratem desse assunto", disse ela.

O operador de trem Fernando Sales também ocupou a mesa de discussões. "A retirada dos operadores do monotrilho é um sintoma de um projeto de precariedade que vem sendo gestado no Metrô há muito tempo. Isso gera impacto nas condições que temos para prestar um bom serviço. É uma política de enxugamento para viabilizar a privatização do sistema", opinou.

Colisão

No dia 8 de março de 2023, dois trens da Linha 15 - Prata colidiram frontalmente. O acidente aconteceu por voltas das 4h30 entra as estações Sapopemba e Jardim Planalto, na Zona Leste de São Paulo. Apenas os operadores estavam nos trens e um deles sofreu ferimentos leves. A operação foi retomada às 11h30. Em 20 de janeiro do mesmo ano, falhas no sistema paralisaram as operações na Linha 15 - Prata por duas vezes.

A Linha 15 - Prata é considerada a maior do mundo em seu modelo, contando com 18 estações. Seu trajeto tem uma extensão de 26,6 quilômetros. Ela conta com 54 trens em sua frota, de acordo com o site do Metrô.

Representantes do Metrô e da Secretaria dos Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo foram convidados a participar da audiência pública realizada na Alesp, mas não compareceram.

alesp