Carlos Giannazi (PSOL) está enviando ao Tribunal de Contas do Estado, ao Ministério Público estadual e à Comissão de Transportes da Alesp uma série de documentos que comprovam que a CPTM está desviando materiais, bem como horas de trabalho de servidores públicos, para realizar serviços de reparos e de manutenção nas linhas 8 e 9, que foram privatizadas em janeiro deste ano. "Nosso mandato atuou junto com os trabalhadores da CPTM contra essa privatização, mas ela aconteceu. E agora o grupo CCR, o mesmo que tem a concessão de várias rodovias, não está conseguindo dar conta de operar o sistema. Os trens quebram a todo momento, todo dia acontece algum problema técnico. A população está revoltada, principalmente na região da Capela do Socorro, onde já ocorreram várias manifestações nas estações", afirmou o deputado. A situação, além de escancarar a falácia de que a iniciativa privada é mais eficiente que o serviço público, sugere a possibilidade de que esteja ocorrendo algum desvio. "As linhas 8 e 9 foram privatizadas e é o grupo CCR, por meio da concessionária Via Mobilidade, que tem de arcar com todos os custos de operação. Se o governo estadual está cedendo equipamentos e funcionários públicos da CPTM de forma pouco transparente, isso é uma imoralidade. Esses recursos públicos estão sendo desviados para beneficiar uma empresa privada e a CPTM vai ficando sem material e sem funcionários para cuidar dos trens que estão sob sua responsabilidade", afirmou. Entre os documentos que Giannazi está enviando aos órgãos de fiscalização estão fotografias dos reparos nos trens e nas linhas, ordens de serviço, relatórios de serviço, além de uma carta dos trabalhadores denunciando a instrumentalização dos serviço da CPTM para socorrer a Via Mobilidade.