Em 2017, Bruno Covas, ainda como vice de Doria, assinou no Tribunal de Justiça (TJ) o compromisso de criar 85,5 mil vagas na educação infantil até o dezembro de 2020. Hoje, a dois meses do prazo final, ainda há um déficit de 21 mil vagas. No mundo do marketing, entretanto, a prefeitura diz que toda a demanda foi atendida. São as "creches fantasmas", uma prática adotada desde setembro que consiste em matricular as crianças em escolas privadas que não existem ou em ambientes da rede própria que não têm essa função. "Covas quer enganar a Justiça e o Ministério Público e ainda inflar os dados de sua campanha eleitoral, dizendo que zerou as filas das creches", afirmou Carlos Giannazi (PSOL) durante a live que promoveu em 21/10 com o vereador Celso Giannazi (PSOL) e o professor Vitor Paro, titular da Faculdade de Educação da USP. Para maquiar os dados, Covas se valeu da pandemia (todas as crianças estão em casa) e da lei do voucher, que autoriza a prefeitura a comprar vagas em escolas particulares, alertou o vereador. Vitor Paro fez uma crítica ampla ao capitalismo e pontuou que as creches são, antes de tudo, uma necessidade do empresariado. Para ele, nenhuma sociedade digna afastaria as crianças da família antes dos dois anos de idade.