Nestas próximas semanas, vamos conhecer um pouco mais sobre as expectativas dos principais personagens do legislativo estadual paulista para os próximos quatro anos: os deputados. Depois de cinco meses de mandato, o que será que eles esperam? Em quem eles se inspiram? Quais as prioridades de cada gabinete? A entrevista desta edição é com o deputado Coronel Telhada. Últimos meses Este mandato tem uma peculiaridade, porque em todo o Brasil houve um tsunami que foi o PSL, um partido que até então não existia, mas que acabou tendo um resultado esplêndido na campanha fazendo 15 deputados na Alesp, inclusive a deputada mais votada no Estado de São Paulo, com mais de 2 milhões de votos. Ao mesmo tempo esses deputados, com todo o respeito que tenho a eles, trouxeram um problema, porque se dizem representantes da nova política, como se somente eles fossem honestos, trabalhadores e patriotas. Eu estou aqui no meu segundo mandato e sempre trabalhei com muita honestidade, muito trabalho e muito patriotismo. Essa postura, infelizmente radical por parte de alguns deles, trouxe um prejuízo para esta Casa e acabou por empacar os trabalhos. Nós temos inúmeros projetos apresentados, mas eles não prosperam. No final do primeiro semestre, foram votados alguns projetos e mesmo assim pouquíssimos, acho que não chegam a dez projetos de deputados, lembrando que nós somos 94. Então eu vejo esses primeiros meses muito parados. Infelizmente a Casa não prosperou. Projetos, legado e futuro Uma discussão que temos levado diariamente ao plenário - e eu espero ser atendido pelo governador -, é a valorização salarial das polícias, em especial da Polícia Militar. Nós temos uma promessa dele de que isso acontecerá e eu tenho cobrado essa promessa em todos os eventos quando o encontro. Não adianta subir no plenário, gritar e xingar todo mundo. Xingar não traz valorização a ninguém. Para você conseguir um resultado você tem que fazer política e eu confio no trabalho do João Doria, espero não me decepcionar. Outra coisa que eu tenho trabalhado forte é para a emancipação do Corpo de Bombeiros. Só em São Paulo e no Paraná que a corporação é subordinada à Polícia Militar. Estou trabalhando pela PEC 7/2019 e quero criar o "Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo", um dos legados que eu quero deixar neste mandato. Sem falar em inúmeros outros projetos que tenho apresentado. Inspiração e referências Como eu sou militar, eu tenho muitas referências militares, oficiais brasileiros, oficiais estrangeiros, histórias militares que me mantém firme na batalha. Posso citar como exemplo aqui no Brasil o Almirante Tamandaré. Há, ainda, o general norte-americano George Smith Patton e o general alemão Erwin Rommel. Politicamente eu gosto muito de acompanhar a história do Winston Churchill, que tem uma trajetória muito interessante. Uma pessoa difícil, que ultrapassou inúmeros obstáculos e quando a vitória chegou, ele perdeu o mandato. E acho que a maioria dos cristãos tem Jesus Cristo como uma das referências de vida para procurarmos fazer sempre a coisa certa apesar de todos os empecilhos que ajam contra. No dia a dia eu procuro observar as pessoas e aprender com elas. Eu tenho 57 anos e continuo aprendendo. Todo mundo tem algo para ensinar - coisas boas ou más, mas acabam sempre me ensinando.