Nestas próximas semanas, vamos conhecer um pouco mais sobre as expectativas dos principais personagens do legislativo estadual paulista para os próximos quatro anos: os deputados. Depois de seis meses de mandato, o que será que eles esperam? Em quem eles se inspiram? Quais as prioridades de cada gabinete? A entrevista desta edição é com o deputado Rodrigo Moraes. Os últimos meses Eu vejo de forma muito positiva a renovação que ocorreu na Assembleia Legislativa, que sempre foi uma Casa que fica entre as câmaras municipais e o Congresso Nacional. A população enxerga muito a Câmara Municipal porque trata do seu dia a dia, da sua rua, do seu bairro, daquilo que movimenta o seu percurso diário. O Congresso Nacional é onde se decide os destinos da Nação, principalmente em um momento de crise como o que nós vivemos. E o que sobra para a Assembleia Legislativa? Infelizmente temos pouca prerrogativa na legislação. Com as mudanças que aconteceram na Alesp e vendo muitos deputados novos - mais da metade -, a gente conseguiu movimentar os temas e os debates, que ficaram mais acalorados. Hoje com toda a mobilização, a rede social ativa e temas polêmicos que envolvem a esquerda e a direita, vemos debates e temas importantes sendo trazidos para o parlamento e a imprensa acaba tendo um olhar diferenciado para esta Casa. Isso é importante. Projetos, legado e futuro Nós assumimos a presidência de uma comissão importante, a de Fiscalização e Controle e nos deparamos com mais de 300 projetos em andamento e outros chegando. O meu foco é na área da saúde, então aprovamos diversos requerimentos de visitas a hospitais e temos trabalhado bastante nesta área. Aqui no Estado de São Paulo tem muita gente que depende do serviço público de saúde, precisamos construir alternativas para aliviar o sofrimento dessas pessoas. Na questão da emergência, por exemplo: alguém que sofreu um acidente de moto precisa de um leito de UTI, de uma cirurgia. Esta pessoa ocupa uma vaga de outra que tem programada uma cirurgia eletiva, então hoje há 4 mil pessoas esperando por cirurgias nos hospitais. Com tudo o que estamos colhendo de informações, conseguiremos montar um relatório para mostrar ao governador. Queremos apontar os defeitos, mas também propor soluções. Vamos visitar todos os hospitais que atendem as regiões metropolitanas do Estado. A gente sabe que cada lugar é uma realidade e queremos amenizar esses problemas enfrentados. Temos que tentar fazer com que o Estado cumpra com as suas obrigações. Inspiração e referências Meu pai, missionário José Olímpio, já foi deputado federal duas vezes e vereador seis vezes. Quando eu nasci, o meu pai já era político e continua militando na vida pública. Ele me fez enxergar que na política você pode fazer muitas coisas boas, apesar de tudo que a gente tem visto e de estar sendo uma classe desacreditada, mas todas as classes têm problemas e nelas existem pessoas boas e ruins. Uma outra pessoa que admiro é o meu apóstolo Valdemiro Santiago. Meu pai na fé e também um grande orientador.