Ato solene realizado nesta segunda-feira (04/10) em ambiente virtual, debateu a crise hídrica em São Paulo. O evento promovido pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL), contou com a presença de especialistas do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam), do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), do Instituto Oceanográfico da USP (Iousp) e do Instituto Florestal (IF). O parlamentar iniciou a solenidade introduzindo o tema. "São Paulo que vive uma crise hídrica, desmatamento, e agora, além dos incêndios, estamos tendo também tempestades de areia. O Agro é um dos responsáveis pelo o que está acontecendo no Brasil e sobretudo aqui em São Paulo, principalmente a região da monocultura da cana. Além disso, há o desmonte das estruturas do Estado, da extinção dos institutos ambientais", disse. Durante o ato, o deputado Carlos Giannazi, falou sobre o Projeto de Lei 529/2020, que propõe a extinção de órgãos governamentais, o confisco de fundos de instituições públicas de pesquisa, e que permite unificar o Instituto Geológico (IG), o IF e Instituto de Botânica (IBt). "É muito importante frisar que esse desmonte agrava a situação do Estado de São Paulo nessa crise ambiental que estamos vivendo, sobretudo na crise hídrica", afirmou o parlamentar. O representante do Proam, Carlos Bocuhy falou em uma apresentação que a vulnerabilidade hídrica é alta por diversos motivos, entre eles a concentração de população e assim a falta de articulação para a governança metropolitana e formação de ilhas de calor, o que faz com que mova as nuvens e deixe de chover nos mananciais. A participante do evento, Yara Novelli, integrante da Iousp falou sobre a intensa crise atual. "A seca é tão intensa, que há períodos sem disponibilidade hídrica, houve a necessidade da renovação de todo o plantio nas terras, desmudando grandes extensões de monocultura de cana, ficando totalmente expostos, a frequência de recorrência das tempestades de areia assusta", disse. A pesquisadora científica do IF, Helena Dutra falou da desigualdade de conservação da água existente. "Nós vivemos no Estado um extremo descaso tanto com a ciência como quanto a proteção ambiental, a conservação da natureza, as ações, voltadas para a conservação, há a situação extrema de crise hídrica nos municípios pequenos, mas há grandes áreas voltadas para o agronegócio, monocultura, que desconsidera a conservação", disse.