Solenidade realizada em ambiente virtual nesta segunda-feira (22/11) na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo celebrou o centenário de Dom Paulo Evaristo Arns e contou com a presença de representantes da Igreja Católica. A atividade foi organizada pelo deputado Paulo Fiorilo (PT). Dom Paulo Evaristo foi o quinto arcebispo de São Paulo. Teve a sua atuação pastoral voltada à população marginalizada e aos mais pobres, com foco na defesa e na promoção dos direitos humanos. O clérigo ganhou destaque durante o período do regime militar, quando organizou movimentos contra a tortura e pela retomada democrática no país. O responsável pela solenidade, Paulo Fiorilo, destacou os feitos e o legado do arcebispo. "Em nome da Alesp, prestamos hoje uma homenagem a este homem que tem uma importância para São Paulo, para o Brasil e para o Mundo. Dom Paulo Evaristo Arns foi um dos principais nomes contra a ditadura no Brasil. Nos tempos sombrios em que vivemos, esperançar a construção de um mundo melhor e mais fraterno, é o legado que Dom Paulo nos deixou de exemplo", disse. O membro da Comissão Internacional de Juristas e da Comissão Dom Paulo Evaristo Arns de Direitos Humanos, Belisário dos Santos, contou uma de suas histórias prediletas sobre o clérigo. "Eu sempre lembro, brincando, que ele, chegando no Paraguai nos anos 60, era recebido pelo vice-presidente do país, que perguntou se havia algo que o governo poderia fazer por ele. Vale lembrar que, naquela época, o Paraguai vivia uma ditadura à mão de ferro. Então ele respondeu: 'Soltem os presos políticos?. Essa é só uma das ideias que representam Dom Paulo", falou. A primeira mulher a trabalhar na Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, Margarida Genevois, emocionada, falou sobre a importância de Dom Paulo em sua vida. "Eu devo muito a Dom Paulo. O que tem de melhor em mim vem dele. Ele foi tão importante na minha vida que eu tenho dificuldade de falar, mas eu sei no fundo do meu coração a diferença que ele fez em mim", disse. Por fim, o jornalista Juca Kfouri, por meio de vídeo enviado à organização do evento, afirmou que a memória do padre estará sempre presente na Terra. "Comemorar o centenário de Dom Paulo Evaristo Arns é um exercício de cidadania, de defesa dos direitos humanos e em defesa da memória deste país. Dom Paulo faz uma falta tremenda por um lado. Por outro, eu diria que ele nem faz falta, pois sua presença é permanente", falou.