Os problemas de infraestrutura ainda afetam diversas cidades do Estado de São Paulo, o que torna urgente a necessidade de mais investimentos públicos e privados. Estão nesta lista a urgência de aportes para novos empreendimentos nas áreas de educação, cultura, desenvolvimento urbano e habitação, transporte rodoviário intermunicipal e aquaviário, rodovias, recursos hídricos e infraestrutura rodoviária. Partindo dessa constatação, os cerca de R$ 180 bilhões que o Estado pode receber, por meio de parcerias público-privadas (PPPs) e do Programa de Parcerias de Investimentos de São Paulo (PPI-SP), abrem um novo caminho de soluções e crescimento. Especificamente no caso do transporte, sabemos que este não é um assunto simples de se resolver, porque demanda recursos e tempo, mas com capacidade técnica, compromisso público e novas ideias é possível alcançar resultados que alavanquem o crescimento de diversas regiões e melhorem a qualidade dos serviços, sem pesar no bolso da população. Como presidente da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) até 2022 e ainda integrante deste importante grupo de trabalho, trago algumas questões que ainda merecem atenção. Os valores de tarifas cobradas dos usuários do transporte no Estado são um ponto de revisão a ser considerado. E neste caminho, sublinho aqui as tarifas municipais que, em muitos casos, pesam principalmente no bolso de quem usa ônibus. Mas é preciso reconhecer os avanços no programa paulista de expansão do transporte e vislumbrar, a partir deste importante marco, soluções transformadoras na qualidade do transporte público, no Estado e nas cidades. Na Capital, teremos a ampliação do Metrô. Já para o interior do Estado, temos o exemplo do Trem Intercidades (TIC) que ligará São Paulo, Campinas e outras cidades, com projeto orçado em R$ 12,7 bilhões. Os estudos vão avaliar ainda a aplicabilidade da construção de linhas de trens que vão ligar São Paulo, Jundiaí e Campinas. Parte do projeto integrará a Linha 7-Rubi da CPTM até Francisco Morato. A concessão das Linhas 10, 11, 12, 13 e 14 da CPTM, do TIC Sorocaba (Trem Intercidades) e das linhas atualmente operadas, além de estudo para implantação e expansão do Metrô também estão neste conjunto de obras estruturantes tem investimentos estimados em R$ 69 bilhões. Outros pontos que consolidam ainda mais essa curva ascendente no gráfico do crescimento paulista são o Plano Diretor do Transporte, o Conselho Gestor do Programa de Parcerias Público-Privadas (CGPPP) e o Conselho Diretor do Programa de Desestatização (CDPED), presidido pelo vice-governador Felicio Ramuth. Aliás, é importante sinalizar aqui a participação do governador Tarcísio de Freitas na 37ª Reunião Conjunta Ordinária do CGPPP, ocorrida em fevereiro, para qualificar esses e outros novos projetos de infraestrutura, a exemplo da concessão de travessias litorâneas também está prevista, e isso inclui a elaboração de novos estudos para os sistemas de balsas de Paraibuna e da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) com investimentos que podem chegar a R$ 300 milhões. Com esses dados é possível traçar o panorama de um plano consistente de crescimento para o nosso Estado, mas é fundamental que os setores ligados ao transporte estejam próximos deste momento, para que possamos consolidar uma retomada sólida de desenvolvimento econômico e social. Afinal, é nas cidades que as pessoas vivem, estudam, trabalham, produzem o desenvolvimento do nosso Estado, indo e vindo, todos os dias. E, infelizmente, ainda é nas cidades que os gargalos de um transporte público caro e de baixa qualidade ainda atrasam a vida das pessoas. Vamos seguir trabalhando e fazendo a nossa parte para que o programa paulista de expansão dos transportes ajude a mudar, definitivamente, essa realidade.