Cultura, identidade e cidadania: o papel transformador dos museus em SP
19/05/2025 14:28 | Preservação | Gabriel Sanches - Fotos: Rodrigo Romeo/reprodução






No Dia Internacional dos Museus, celebrado neste 18 de maio, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo reforça o papel transformador dessas instituições, que vão muito além da preservação de acervos históricos e artísticos. Em um momento de valorização da cultura, da memória coletiva e do exercício da cidadania, os museus paulistas se consolidam como espaços vivos de inclusão, educação, inovação e pertencimento, fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa, plural e consciente de sua própria identidade. Em reconhecimento à relevância dessas instituições, a Alesp criou, em 2020, o Dia Estadual do Museu, comemorado também neste 18 de maio.
Para Alessandra Almeida, diretora executiva do Instituto de Preservação e Difusão da História do Café e da Imigração (Inci) - organização responsável pela gestão dos museus do Café (em Santos) e da Imigração (na capital) - os museus devem ser cada vez mais plurais, abertos e conectados com a realidade social. "Um museu não é mais só um espaço de exposição, mas um lugar de convivência, aprendizado, lazer, reflexão e construção de vínculos", disse. "Quando promovemos uma mediação sensível ou uma exposição interativa, por exemplo, estamos valorizando diferentes formas de conhecer e dialogar", completa.
Educação
Mais do que transmitir informações, os museus atuam como espaços educativos que mobilizam afetos e memórias. Para Alessandra Almeida, é por meio da emoção e do reconhecimento que o público se engaja com as narrativas propostas. "A dimensão afetiva é muito importante. O visitante precisa se enxergar no que está sendo contado, se reconhecer nas histórias, se emocionar. É esse envolvimento que transforma a visita em uma experiência significativa e duradoura", afirma. Ao acolher saberes diversos e estimular o pensamento crítico, os museus se consolidam como espaços de aprendizado e construção de sentido.
Transformação
Segundo Alessandra, os museus passaram por profundas transformações nos últimos anos. De instituições voltadas principalmente à preservação de acervos, tornaram-se ambientes de debate, inclusão e protagonismo social. "Hoje o museu é um espaço vivo, que escuta, dialoga e se adapta. Ele se transforma com a sociedade", destaca. Essa mudança reflete uma nova museologia, mais aberta e participativa, comprometida com causas contemporâneas como antirracismo, equidade e justiça social, explica a diretora. A mediação deixou de ser apenas uma explicação e passou a ser um convite à reflexão coletiva sobre o passado, o presente e o futuro.
Inclusão
Alessandra destaca ainda que ações afirmativas são fundamentais para garantir o acesso pleno e democrático aos museus. Entre elas, ela cita visitas mediadas em Libras, recursos táteis, adaptações de linguagem e atividades educativas voltadas a grupos minorizados. Para ela, os museus devem estar preparados para acolher todos os públicos - incluindo pessoas com deficiência, idosos, crianças, populações indígenas, migrantes e comunidades negras - promovendo espaços de escuta, representação e respeito à diversidade.
Mais do que acessibilidade física e comunicacional, Alessandra ressalta o impacto afetivo e simbólico que essas instituições podem provocar. No Museu da Imigração, por exemplo, muitos visitantes se deparam com registros que remetem à própria história familiar, como um sobrenome, uma fotografia ou um documento, criando conexões emocionais profundas. Já no Museu do Café, a narrativa evidencia como a economia, a política e a cultura do país foram moldadas pelo trabalho de diferentes povos - especialmente as populações negras e indígenas - cujas trajetórias, segundo ela, "precisam ser contadas de forma sensível e com protagonismo".
Para quem deseja conhecer mais sobre os museus paulistas e suas conexões com a história social e cultural do estado, vale a leitura do conteúdo especial publicado pelo portal da Alesp sobre o Dia do Imigrante, com destaque para o trabalho do Museu da Imigração. O texto aprofunda a relevância do espaço como lugar de escuta, memória e reconhecimento das trajetórias migrantes que ajudaram a construir São Paulo.
Museu do Parlamento Paulista
A própria Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo valoriza os museus como instrumentos de aproximação entre o poder público e a sociedade. A sede do Parlamento, o Palácio 9 de Julho, abriga espaços culturais como o Heróis de 32, o Cultural V Centenário e o Hall Monumental. Também mantém o Museu de Arte do Parlamento Paulista, que exibe um acervo artístico significativo com o objetivo de humanizar a instituição e torná-la um ponto de atração cultural.
Políticas públicas
O Estado de São Paulo é referência nacional na formulação e implementação de políticas públicas voltadas ao fortalecimento do setor museológico. Um marco recente dessa atuação é a Política Estadual de Museus (PEM-SP), instituída em 2022, que estabelece diretrizes para qualificar, estruturar e integrar os museus paulistas. Alinhada a princípios como diversidade, acessibilidade, participação social e inovação, a PEM-SP busca promover o acesso democrático à cultura e valorizar os diferentes territórios e identidades presentes no estado.
Essa política é conduzida pelo Sistema Estadual de Museus de São Paulo (Sisem-SP), instância ligada à Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, responsável por articular ações entre os museus paulistas e apoiar tecnicamente as instituições museológicas, especialmente fora da capital. Além de oferecer formação, fomentar parcerias e fortalecer a gestão museal, o Sisem-SP também atua na difusão da importância social dos museus. Em uma das publicações, "Museus: o que são, para que servem", o sistema reforça que os museus devem ser entendidos não apenas como guardiões de acervos, mas como espaços de memória, pertencimento, criação e acolhimento, fundamentais para o exercício pleno da cidadania.
Roteiro cultural: conheça museus do interior de SP
O estado de São Paulo é repleto de histórias e memória preservadas em museus espalhados por todo o seu território. Confira alguns deles:
1. Jundiaí - Museu Solar do Barão
Antiga residência do Barão de Jundiaí, o espaço abriga objetos da época imperial e exposições artísticas. O jardim é um convite ao passeio tranquilo;
2. Itatiba - Museu Padre Lima
Guarda registros da história local por meio de fotografias, livros, instrumentos de trabalho e objetos históricos. Recebe exposições e atividades culturais;
3. Campos do Jordão - Museu Felícia Leirner
Em meio a trilhas e jardins, abriga 85 esculturas da artista Felícia Leirner, em diálogo com a natureza. Integra o Auditório Claudio Santoro, sede do Festival de Inverno;
4. Brodowski - Museu Casa de Portinari
A antiga casa de Cândido Portinari guarda murais, objetos pessoais e uma capela decorada pelo próprio artista;
5. Tupã - Museu Índia Vanuíre
Referência nacional sobre os povos indígenas, abriga coleções sobre a história local e sobre diversas etnias. É reconhecido pelo diálogo com comunidades indígenas e pela valorização dos saberes ancestrais.
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