A REPRESENTAÇÃO POLITICA À LUZ DA FILOSOFIA É O TEMA DO ÚLTIMO SEMINÁRIO OFERECIDO PELO ILP.

Com base em importantes referenciais filosóficos, o debate abrangeu considerações de grande interesse sobre o cenário da representação política atual.
02/06/2021 15:25 | on-line | Georgia Vadalá Nascimento

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Apresentação do Seminário: Diálogos Filosóficos: Limites da representação política<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/L-06-2021/fg268183.png' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Dr Milton Meira do Nascimento<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/L-06-2021/fg268184.png' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O Dicionário de Conceitos Políticos do ILP, em verbete de autoria de Margareth de Lima Grilo, define Representação Política como um mecanismo que visa assegurar a participação do povo no poder, sem exercê-lo diretamente. Em outras palavras, embora seja a fonte legítima do poder, o povo o exerce de forma indireta, por meio de representantes eleitos periodicamente.

Ao encontro da definição supra, o seminário ?Diálogos Filosóficos: Limites da representação política?, promovido pelo Instituto do legislativo Paulista (ILP), realizado em 27/05, teve seu início com a introdução da analista legislativa Paula Schneider que, a partir da citação de um trecho da obra A Construção da Personagem, de Constantin Stanislavski, estabeleceu a analogia entre a representação política com a atuação teatral, traçando assim, em síntese, a importância da limitação de cada papel preestabelecido.

Na sequência, o organizador Julio Comparini, mestre em Filosofia pela USP, se incumbiu de apresentar o conferencista, dr. Milton Meira do Nascimento, professor aposentado da área de ética e filosofia política do Departamento de Filosofia da FFLCH-USP.

Ao iniciar o debate, o professor Meira trouxe importante contextualização acerca da representação, sob a ótica de conceitos filosóficos. Em oportuna citação à obra O Leviatã, de Thomas Hobbes, apresentou a ideia de que, em suas palavras, ?atores representam ações conferidas a eles pelos autores?, isto é, há a atribuição de uma performance específica toda vez em que um indivíduo possui a responsabilidade de representar outrem, assim como no plano político. O contraponto se deu a partir da menção a Jean Jacques Rousseau, que defende, em seu Do Contrato Social, a não transferência de todas as vontades individuais à a representantes, sob a ameaça de estarmos assinando nossa própria escravidão. A partir deste raciocínio, Milton Meira passou então a explanar os limites da representação, em especial, com base em texto constitucional vigente, discutindo também a concepção equivocada de poder, que é o que vemos na prática no que diz respeito aos governantes, que deixam de trabalhar em submissão à vontade soberana do povo e passam a impor suas próprias vontades aos representados por ele.

Posteriormente, o advogado e também organizador e debatedor Silvio Gabriel Serrano Nunes, doutor em Filosofia pela FFLCH-USP, introduziu ao seminário o silogismo entre os limites da representatividade e o autoritarismo.

Por fim, os integrantes puderam discorrer sobre perguntas feitas pelos espectadores, enriquecendo o debate e desenvolvendo com mais profundidade algumas ideias anteriormente suscitadas.

O endereço para acessar o evento na integra, no canal do ILP no Youtube, é: https://www.youtube.com/watch?v=Iack8bNVIBo&t=10s

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