A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga irregularidades na gestão da Fundação para o Remédio Popular recebeu na reunião da última terça-feira (13/8) o ex-superintendente da Furp, Flávio Francisco Vormittag. Quando estava à frente da Furp o ex-dirigente pagou uma indenização a uma das construtoras que participava do consórcio responsável pela construção da fábrica, localizada na cidade de Américo Brasiliense, sem recorrer da decisão. Para o presidente da comissão, deputado Edmir Chedid (DEM), a decisão de não recorrer é incomum. "O poder público costuma recorrer de toda ação judicial, a justiça determinou o pagamento da indenização e a Furp não recorreu. É muito estranho, pois normalmente não é assim que acontece", disse. O deputado ainda disse que a CPI irá dar resultados, mas espera que o governo de São Paulo não feche a Fundação para o Remédio Popular. "Há indícios que o governo do Estado vá tentar usar a CPI para fechar a Furp, e não é por aí. Pelo que ouvimos essa fábrica é muito importante para a Secretaria de Saúde e para o Estado, até para regular preço de medicamentos, pois a produção dela é muito grande". A deputada Beth Sahão (PT) questionou o ex-superintendente sobre a não produção de medicamentos. Para a parlamentar, a Secretaria de Saúde é a responsável pela Furp não produzir os medicamentos. "Não é conclusivo isso, mas ao que tudo indica a secretaria tem uma grande responsabilidade porque não passa as demandas dos medicamentos para a CPM (Concessionária Paulista de Medicamentos), que é a empresa responsável. E sem a ordem de serviço da secretaria a empresa não pode produzir, e mesmo assim o pagamento dos medicamentos é feito". Além dos deputados citados estiveram presentes: Agente Federal Danilo Balas, Alex de Madureira, Delegado Olim e Thiago Auricchio.