FuncionAL - Com vocês, Edivaldo


01/04/2019 16:07 | Entrevista | Da redação - Foto: Carol Jacob

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Edivaldo "da Informática": quem na Alesp não conhece? Funcionário há mais de dez anos, Edivaldo Piacente Vascontim é amplamente reconhecido como paciente, gente boa e dedicado.

Ele conta que entrou na Assembleia como terceirizado, por meio de uma empresa que fez um contrato emergencial de help desk, em 2008. "Quando houve uma nova licitação, outra empresa ganhou, mas consegui ser contratado por ela, porque queria ficar aqui."

Para ele, a possibilidade de aprender era uma grande vantagem. "Gostei do ambiente, da tratativa com o pessoal, é um lugar gostoso para trabalhar. Além disso, preferi ficar aqui porque poderia aprender muito. É um ambiente mais aberto, que permite desenvolver. É bom para testar novos produtos e ajudar as pessoas que trabalham aqui."

História

"Nasci na Vila Carrão, bem em frente ao clube do Manchester. Vivi ali até os 11 anos, depois mudei para o Itaquera, onde estou até hoje. A minha infância foi boa, tranquila. Eu era arteiro, não tenho do que reclamar não", relata, feliz.

Edivaldo conta que só estudou até o antigo colegial (hoje ensino médio). "Perdi minha mãe muito novo. Além disso, naquela época os pais não ligavam muito para os estudos, não havia muito incentivo. O importante era trabalhar."

Antes de chegar à infor­mática, trabalhou como motorista de caminhão e de ônibus urbano. "Ser motorista de caminhão é bom, mas muito cruel. Você ganha mal, cansa muito, é perigoso; não se para em casa e ainda trabalha com risco." Ele explica que há tipos de carga que implicam mais perigo para o transportador, como produtos eletrônicos, e que há várias ocorrências de violência e até homicídios nesses casos.

Para ele, a segunda opção foi melhor. "Fiquei 10 anos como motorista de ônibus de linha. Eu fazia da divisa de Poá até o Parque Dom Pedro, todos os dias. Cada viagem dava 84 quilômetros, eram de três a cinco por dia. Às vezes virava 24 horas na direção. Eu gostava!"

Dessa experiência, Edivaldo traz a importância de tratar bem as pessoas: ele e outros colegas eram contrários ao comportamento de deixar idosos esperando nas paradas de ônibus. "Tínhamos aversão a esse tipo de coisa. Isso era repreendido e punido dentro da empresa."

O Boy, como era conhecido à época - "Eu tinha um Opala com rodinha, rebaixado, teto solar... [risos]" - , gostava de sua rotina de trabalho. "Você acaba conhecendo histórias de pessoas que já tiveram uma vida produtiva e agora, aposentadas, acham que não têm mais valor. E é muito fácil alguém de má índole enganá-las, porque elas se abrem, são muito carentes. Esse era um dos motivos por que eu gostava de trabalhar como motorista de ônibus."

A informática

Após deixar o emprego de motorista, Edivaldo fez cursos técnicos para poder trabalhar na área de tecnologia da informação (TI). A primeira empresa que o contratou foi a mesma que o trouxe à Alesp.

"Eu tinha conhecimento na área de suporte, mas era pouco. Fiz vários cursos, mas a maioria das coisas que aprendi foi na Assembleia, estudando e tirando as certificações exigidas. Esse também foi um dos motivos por que fiquei aqui." Ele esclarece que o contrato do help desk exige certificações que provem o conhecimento dos sistemas e a capacidade de formatar e instalar o que for necessário na máquina.

A informática, por ser dinâmica e exigir estudo e aprimoramento constantes, não só é sua área de trabalho, como uma de suas paixões. "Estou sempre estudando, sempre me atualizando. Na informática não se pode parar."

Edivaldo encara os problemas que aparecem para ser resolvidos como desafios interessantes. "Cada caso é um caso, e na área de informática acontecem muitas coisas, gosto disso. Nunca acho chato. Às vezes é necessário tentar várias soluções, buscar alternativas. Por exemplo, se uma solução apresentada pela própria empresa que produz o software não funcionar, então alguma coisa está errada " e você vai ter de descobrir o que é. É sempre um desafio."

Sistemas diferentes, desenvolvidos por empresas ou pessoas diferentes, cada um com seus defeitos ou problemas próprios, usados em diversas combinações, muitas vezes incompatíveis: são muitas as variáveis " e as possibilidades de problemas, infinitas. "Não tem como saber tudo. Muitas vezes não se sabe qual é a solução na hora, mas tem um tempo para consultar colegas de equipe, pesquisar, entrar em sites, em blogs " para ver se alguém já passou pela mesma situação e tem alguma solução. Você tem de descobrir, e daí não passa mais por aquilo", conta.

Daí vem o que, para Edivaldo, deve ser mais valorizado na informática: a experiência. "Nessa área, mesmo tendo uma faculdade, se não tiver prática, não resolve. A experiência é adquirida no dia a dia, por meio de trocas entre profissionais. Não é nenhum tipo de vergonha você não saber."

Planos

Aos 51 anos de idade, 30 deles casado, Edivaldo planeja agora fazer uma faculdade. "Trabalhei para sustentar a casa e os filhos, por isso resolvi fazer agora. Estou procurando cursos de gestão em TI."

Com relação a hobbies, é bastante caseiro. "Curto muito ficar em casa. Gosto de mexer com a informática em casa, e de carros também. Quando não tem o que arrumar a gente inventa [risos]. Nunca fico sem fazer nada. Além disso, gosto de estar com a família, de fazer um churrasquinho com os meus filhos." Orgulhoso, conta: "Você sabe que um dos meus filhos trabalha aqui comigo, e o outro filho trabalha aqui perto também".

A paixão por carros vem desde a infância. "Sou louco para comprar um carro antigo, mas não consegui ainda. Antigo assim: 1970, 1979... Quase fiz isso há pouco, mas o cara não queria o meu carro como pagamento [risos]. Eu gosto de Opala, já tive Caravan também, sempre gostei."

Ele gosta tanto que nem se incomoda com os problemas. "É um hobby que vai dar dor de cabeça, vai dar problema, você vai ter de correr atrás de peças, ficar debaixo de carro durante o final de semana, porque vai quebrar, você vai ter de arrumar... Mas não importa, é uma coisa que gosto de fazer. O meu carro está desmontado na garagem agora. Abri a suspensão dianteira, está sem nada - não tem bandeja, não tem mola, não tem nada. Estava com barulho, vou fazer a suspensão dele. Eu não mando arrumar [risos]."

Fora isso, é família. "Aos finais de semana, curto tomar uma cerveja, fazer um churrasquinho de vez em quando, ficar ali trocando ideia. Curtimos uns rocks juntos, vamos para umas baladinhas. Gosto de rock rock mesmo, fora isso só meus funks - não os de agora, né? Os de antes, black music, soul, James Brown etc."

Tanta música, mas nenhuma feita por ele. "Não toco nem apito. Cantar então, piorou [risos]! Meus filhos tocam guitarra e baixo, já tiveram banda", diz.

Modesto, Edivaldo confessa que busca ser uma pessoa melhor. "Não sou muito ambicioso, nunca fui. O que importa para mim é minha família: irmãs, esposa, filhos. Dizem que sempre fui meio secão, principalmente na época em que trabalhava como motorista - era meio calejado. Trabalhar nervoso é a pior coisa que tem, você acaba descontando em quem não tem nada a ver. Minha esposa brinca comigo, diz que sou 96% menos animalzinho do que era antes [risos]."

O que é a Assembleia para Edivaldo?

"A Assembleia é um lugar em que eu gosto de estar e de trabalhar. Independentemente de a pessoa precisar dos meus serviços ou não, conheço muita gente, gosto muito das amizades que tenho aqui. Se um dia eu sair daqui, vou sentir muita falta. Enquanto conseguir, vou ficando."


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