Os números assustam: em 2018, 104 policiais se suicidaram no país. Sem auxílio psicológico, a categoria busca ajuda para diminuir a estatística, que para se ter uma ideia, é maior do que a de policiais mortos em serviço. Dados da Ouvidoria de Polícia de São Paulo apontam que em 2018 houve um aumento de 84% nos casos de suicídio dos policiais militares, em relação a 2017. O número passou de 6 para 35 casos entre os militares. Entre os civis, foram 17 suicídios ao longo dos dois anos. Diante desse quadro, a Alesp foi palco de uma discussão com os membros da categoria, representantes de instituições de psicologia e parlamentares, com o objetivo de debater estratégias para reduzir as taxas de depressão, ansiedade e suicídio entre os profissionais de segurança. A deputada Mônica da Bancada Ativista (PSOL), mediadora da mesa de discussão, defendeu uma "força tarefa" de proteção aos policiais. "O objetivo é debruçar-se e elaborar um plano para redução de letalidade e introdução de direitos humanos para os trabalhadores da segurança pública. Não existe de fato no país um projeto de segurança pública, no sentido de garantir a todos o direito à vida, direito de ir e vir e de se sentir confortável", explicou. Existe em tramitação na Casa uma medida que oferece auxílio e proteção aos policiais que sofreram violência no exercício de sua função ou em razão dela. O Projeto de Lei 1.051/2019 é assinado por 11 parlamentares. O evento contou com a presença de representantes de institutos, sindicatos e associações da classe, profissionais e agentes de segurança pública, além de psicólogos e especialistas em saúde mental.