Sessão solene realizada no Plenário da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, nesta segunda-feira (19), celebrou os 50 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O evento foi promovido pelo deputado Itamar Borges (MDB), presidente da Comissão de Atividades Econômicas da Casa e da Frente Parlamentar do Agronegócio Paulista (SP-Agro).

Empresa pública criada em 1973, a Embrapa é ligada ao Ministério da Agricultura e Pecuária e nessa trajetória de meio século tornou-se referência mundial em pesquisas no campo, eficiência produtiva e sustentabilidade ambiental.

"Um exemplo na pesquisa agropecuária, com ênfase nos aspectos de inovação, modernidade, sustentabilidade e excelência, a Embrapa é uma das principais responsáveis pelo destaque internacional que o Brasil conquistou na agricultura e pela competitividade do agro brasileiro no mercado mundial", afirmou Borges. "Essa é uma justa homenagem em reconhecimento ao fundamental papel da Embrapa para o homem do campo, para o nosso agro e toda a sociedade brasileira", reforçou o parlamentar.

Futuro

A pesquisadora Silvia Massruhá é a primeira mulher a assumir a presidência da Embrapa e, durante a solenidade na Alesp, mostrou que seguirá a tradição da empresa de ter sempre os olhos voltados para o futuro. "Temos o desafio de revitalizar todo o sistema nacional de pesquisa agropecuária para que possamos avançar. Seguimos trabalhando para ajudar a garantir a segurança alimentar no Brasil e no mundo, fortalecendo o combate à fome. Hoje, nós produzimos muitos alimentos, mas é preciso pensar em como podemos contribuir na diminuição da desigualdade que existe no nosso País", comentou Silvia. "Ainda temos a questão da sustentabilidade, do aumento da produção de alimentos saudáveis de maneira sustentável, não só do ponto de vista econômico, mas também ambiental e social", acrescentou a presidente.

Uva no Nordeste, soja no Cerrado

Atualmente, a Embrapa tem 43 centros de pesquisa pelo Brasil. Entre algumas marcas desse trabalho estão, por exemplo, a de levar a cultura da uva para o Semiárido e a expansão do plantio da soja do Sul para o Cerrado. Dois fatos que fortaleceram a economia nacional, geraram renda e avanços no campo da ciência.

E, mais uma vez, o futuro pede urgência nas ações. "A questão das mudanças climáticas, a descarbonização das cadeias produtivas e a inclusão digital do pequeno e médio produtor são desafios de agora. Além disso, continuamos trabalhando para avançar na fronteira do conhecimento, em áreas como a biotecnologia, nanotecnologia. Tudo para que a gente possa garantir o protagonismo do Brasil na agricultura mundial", detalhou Silvia.

Combate à fome

Para Gustavo Spadotti, chefe-geral da Embrapa Territorial, o combate à fome também é uma das grandes missões de todos os profissionais envolvidos na história de cinco décadas da empresa. "A população mundial vai crescer e atingir 10 bilhões de habitantes. A FAO [Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura] diz que precisaremos aumentar a produção de alimentos em 40%, sendo que 30% disso será a cargo do Brasil. Nós ainda temos terra e muito o que avançar em termos de produtividade. Vamos conseguir", disse Spadotti. "A ciência agropecuária e as universidades, aliadas aos 50 anos de conteúdos reunidos pela Embrapa, vão garantir esse aumento de produtividade do Brasil, fazendo com que sigamos sendo protagonistas mundiais nessa área sem precisar desmatar, poluir ou degradar. Vamos mostrar ao mundo que é possível produzir e preservar", afirmou o chefe-geral da Embrapa Territorial, muito confiante no trabalho desenvolvido até aqui.

Participações

Entre muitos convidados, o evento também contou com a presença do deputado Eduardo Suplicy (PT) e do colega federal, e ex-parlamentar da Casa por quatro mandatos, Arnaldo Jardim (Cidadania-SP).