Assembleia sedia seminário 'A nova cara do câncer e a medicina personalizada'


28/06/2018 10:16 | Saúde | Da Redação - Fotos: Carol Jacob

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Marlene Oliveira<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2018/fg225669.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Marlene Oliveira, Marcelo Rocha de Souza Cruz e Felipe Farah<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2018/fg225667.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Marlene Oliveira e Marcelo Rocha de Souza Cruz <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2018/fg225670.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Felipe Farah<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2018/fg225671.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Marcelo Rocha de Souza Cruz<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2018/fg225672.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Marlene Oliveira<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2018/fg225673.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> A nova cara do câncer - Os desafios da medicina personalizada<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2018/fg225674.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Público presente<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2018/fg225675.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O Núcleo de Ações Estratégicas (NAE) da Assembleia Legislativa realizou, na quinta-feira (28/6), debate para ampliar a discussão sobre os benefícios que as novas tecnologias proporcionam para um diagnóstico precoce do câncer. O seminário 'A nova cara do câncer e a medicina personalizada' foi realizado no auditório Paulo Kobayashi em parceria com o Instituto Lado a Lado pela Vida.

"Queremos levar informação de qualidade aos profissionais da saúde, representantes do Governo, gestores, cidadãos e contribuir para a conscientização e engajamento de cada um desses agentes, nas definições de políticas públicas, no gerenciamento da saúde e na busca dos direitos individuais e coletivos", informou Marlene Oliveira, presidente do Instituto.

De acordo com o Lado a Lado, atualmente, no Brasil, o número de casos de câncer vem aumentando, com pacientes recebendo o diagnóstico em fase avançada e com dificuldade de acesso aos exames de investigação e aos centros de tratamento. "Muitos pacientes continuam recebendo terapias que, na maioria das vezes, são inadequadas e ineficazes, aumentando os custos e reduzindo drasticamente as chances de benefícios", informou Marlene.

Por outro lado, a evolução da tecnologia de avaliação genômica dos tumores e a seleção personalizada do tratamento, vêm proporcionando mais tempo de vida e com qualidade aos pacientes que tem acesso ao tratamento. Diversos estudos tem mostrado que a terapia personalizada é custo-efetiva em diversos tipos de tumores.

"O câncer está se tornando uma doença crônica e, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2030, será a principal causa de mortes no mundo, superando as doenças cardiovasculares. Para a medicina personalizada, cada paciente tem um tipo diferente de câncer. Na realidade de nosso país, percebemos as diferenças: no sistema privado o paciente tem acesso às tecnologias; no SUS, o paciente só consegue um bom tratamento, se conseguir vaga em um centro de referência. O paciente do Sistema Único de Saúde deve ter acesso às novas tecnologias e precisamos ter um olhar preventivo", disse Marlene.

Medicina de imprecisão

O oncologista Marcelo de Souza Cruz apresentou palestra sobre medicina personalizada e declarou que, atualmente, nós fazemos a medicina de imprecisão. Um estudo da revista Nature, mostra que, de uma forma geral, em vários tipos de remédio para tratamento de colesterol, pressão alta, diabetes, câncer, depressão, psoríase, apenas uma pessoa se beneficia, quando cerca de 20 pessoas ou mais não se beneficiaram do mesmo remédio. Em casos de depressão, cerca de 40% dos remédios não funcionam. "A pessoa passa no médico, recebe o diagnóstico, toma o remédio e não resolve o problema, você volta ao médico e ele receita outra. Essa é a medicina de imprecisão. Cerca de 75% dos remédios para o tratamento de câncer não resolvem, precisamos melhorar isso. As consequências são baixa eficiência; hoje fazemos uma medicina da tentativa e do erro, imagine para câncer! Você faz uma quimioterapia, um tratamento tão invasivo e descobre, depois de meses, que não resolveu. O paciente está com efeitos colaterais e terá que passar por outra quimioterapia e esses efeitos colaterais aumentam o tempo de internação e o custo do tratamento", declarou Souza Cruz. Por isso, a prevenção precoce e a educação são fundamentais para que as novas informações cheguem às regiões mais distantes do país.

A tecnologia evoluiu e os custos reduziram. Em 2003, o primeiro genoma humano custou 100 milhões de dólares e hoje custa cerca de mil dólares, e fica concluído em duas semanas. Uma outra tecnologia mostra de que região vieram seus ancestrais. "Hoje, é possível fazer um sequenciamento de um tumor e definir qual a melhor terapia; ou sequenciar um paciente e saber se o remédio que ele vai tomar funcionará ou não. Com isso, surgiu uma nova ciência, a farmacogenômica, que é você conhecer o organismo do paciente, como funciona o fígado, os rins, do ponto de vista genômico, por exemplo, e saber se determinado remédio funcionará ou não com esse paciente. Isso é tão importante que, em 2015, o ex-presidente Obama criou uma iniciativa de medicina de precisão, onde o primeiro modelo foi desenvolver melhores técnicas de prevenção e tratamento do câncer, considerando que cada indivíduo é único. As condições de vida de um paulistano são diferentes de um soteropolitano", explicou.

"Não podemos nos tornar, mais uma vez, observadores do avanço da ciência mundial, incapazes de oferecer à população os benefícios apresentados por estas tecnologias", declarou Marlene.

Uma mesa de debate foi realizada entre Souza Cruz e Fernando Costa Santini, médico titular do Centro de Oncologia do Hospital Sírio Libanês (HSL) e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo; João Pedreira Duprat Neto, Doutor em cirurgia pela USP; Katia Ramos M. Leite, médica patologista do HSL; Pedro N. Aguiar Jr, Mestre em oncologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).


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