Aleitamento: Alesp atua pela conscientização sobre hábito que cria conexões e salva vidas

Parlamento Paulista apoia o "Agosto Dourado" e oferece políticas públicas e atividades que promovam ações de conscientização e esclarecimento sobre o tema
30/08/2024 11:00 | Saúde | Fábio Gallacci - Fotos: Agência Alesp e Arquivos Pessoais

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Dep. Paula da Bancada Feminista: fortalecimento<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2024/fg333579.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Dep. Fabiana Bolsonaro: gesto sagrado<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2024/fg333580.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Jamile Atique e a pequena Adhara: aconchego<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2024/fg333561.jpeg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Letícia Gervási  amamenta Olívia: proteção<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2024/fg333562.jpeg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Inauguração do CEI Ibirapuera: espaço exclusivo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2024/fg333581.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Amamentação reduz mortalidade neonatal<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2024/fg333571.png' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Bancos de leite: compartilhe vida<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2024/fg333570.png' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Amamentar é um direito fundamental de todas as mulheres. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, anualmente, 6 milhões de vidas são salvas no Brasil graças ao hábito de oferecer apenas o leite materno a crianças com até os seis meses de idade. Sempre em sintonia com a busca pela qualidade de vida da população, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo realiza atividades para dar visibilidade ao "Mês do Aleitamento Materno", também chamado de Agosto Dourado. A iniciativa tem o objetivo de promover ações de conscientização e esclarecimento sobre a importância desse ato de amor.

Outra medida criada pelo Parlamento Paulista foi a "Semana Estadual de Incentivo ao Aleitamento Materno", instituída pela Lei 15.347/14 [depois incorporada à Lei nº 17.431/21, que consolidou a legislação paulista relativa à proteção e defesa da mulher]. A proposta determina que, de 1º a 7 de outubro, sejam promovidas atividades de proteção e apoio à amamentação, além de sensibilização de todos os setores da sociedade, para que compreendam e deem suporte à mulher que amamenta.

A Lei 17.347/21, que cria a Política Estadual pela Primeira Infância, é outro exemplo de atuação da Alesp na promoção da saúde. Ela institui e define diretrizes para que sejam implementadas políticas públicas que assegurem os direitos da criança nos seis primeiros anos de vida. Entre as garantias previstas por essa legislação, estão a segurança e vigilância alimentar e nutricional, além da saúde materno-infantil, incluindo aí o aleitamento materno.

No ano passado, a deputada Marina Helou (Rede) promoveu um encontro na Casa para debater a importância do aleitamento materno nas creches. "É um direito das crianças, das mulheres e das mães, mas a gente ainda precisa avançar muito enquanto sociedade neste tema. Mais do que debater, é necessário que encaminhemos ofícios, contribuições e projetos de lei para transformar a realidade para que mais mulheres e crianças possam ter acesso, por completo, aos seus direitos", afirmou a deputada na ocasião.

Mais uma iniciativa da Alesp nesse sentido foi a inauguração, em outubro do ano passado, do Centro de Educação Infantil (CEI) Ibirapuera. O local funciona na própria sede do Legislativo e tem capacidade para atender até 113 crianças de até de 3 anos e 11 meses. O espaço tem uma área exclusiva para a amamentação.

Essencial

Presente à inauguração ainda grávida, a deputada Paula da Bancada Feminista (Psol), hoje mãe de uma menina de sete meses, já valorizava a ação parlamentar. "A promoção do aleitamento materno é uma estratégia essencial para enfrentar a mortalidade infantil, especialmente em contextos de desigualdade social. Nosso mandato está comprometido em conscientizar sobre a importância do aleitamento sem o uso de fórmulas artificiais, apoiando a saúde e o desenvolvimento integral das crianças, e em promover políticas que garantam o direito das famílias à amamentação, desde o fortalecimento dos bancos de leite até a criação de fraldários nos espaços públicos", diz a deputada.

A também parlamentar Fabiana Bolsonaro (PL) reforça a importância do aleitamento. "Estou grávida de oito meses e meio, esperando minha primeira filha, e tenho pensado muito sobre o dom maravilhoso que Deus nos dá, que é a amamentação. Amamentar não é apenas nutrir; é um ato de amor, de conexão profunda entre mãe e filho. Que cada mãe possa sentir esse amor divino e transmitir aos seus pequenos essa bênção. Amamentar é um gesto de amor, um gesto sagrado, um presente de Deus", afirma Fabiana.

Laços mágicos


Social media em uma agência de publicidade, Letícia Gervási é mãe da pequena Olívia, de três meses, e tem a consciência de que está fazendo algo que ficará marcado para sempre na vida delas. "Além de proteger a minha filha de várias doenças, já que o leite materno serve como imunizante, também é importante vê-la se desenvolvendo. A sensação de conexão com o seu bebê é muito gratificante, algo que nunca será desfeito", conta Letícia. "São laços de afeto mágicos, que passam carinho e segurança. Para a minha filha, eu sou um porto seguro e ela também significa isso pra mim", completa.

Momento único

Também mãe de uma menina de três meses, a estudante Jamile Atique conta que amamentar significou a superação de um medo que teve durante a gravidez. Informações sobre dores e possibilidades de o ato provocar ferimentos na mulher a deixavam insegura.

"Quando a Adhara nasceu, senti o amor que todas as mães falam quando veem o filho pela primeira vez. Me lembro de colocarem ela no meu colo e eu chamar o nome dela, que olhou pra mim com os olhos mais brilhantes desse mundo. Quando entregaram ela pra mim, minha mãe, que é pediatra, já colocou ela pra se alimentar no meu seio. Meu medo passou em segundos", lembra. "Além de ser um ato de amor e a criação de um vínculo, previne contra câncer de mama, passa anticorpos para o bebê e dá todos os nutrientes que eles precisam. Se você é mãe e puder, e quiser, amamentar seu filho, vá em frente. É um momento único e marcante na vida da mulher e do bebê", comenta Jamile.

Adulto saudável

Defensor de longa data da amamentação, Alfredo Lopes, médico coordenador da Enfermaria de Pediatria do Hospital Centro Médico de Campinas, ressalta que o aleitamento materno é recomendado, de acordo com as sociedades de pediatria mundiais, até os 2 anos de idade, podendo ir até os 3 anos.

"Já se sabe que a criança amamentada durante os primeiros 2 anos de vida vai ter um um risco muito menor de doenças na idade adulta, como problemas no coração, hipertensão, colesterol alto, obstrução dos vasos, obesidade e, principalmente, diabetes", destaca Lopes. "Temos que estimular o aleitamento materno porque, com certeza, vamos colher muitos bons frutos. Será um adulto com menos doenças, mais feliz e com menor dependência dos sistemas de Saúde", acrescenta.

Lopes ainda lembra que o leite materno é diferente de qualquer outro tipo de alimento nessa fase da vida. "Costumamos dizer que ele é uma substância viva e que produz elementos vivos. São substâncias que combatem infecções e produzem anticorpos a doenças imunológicas e câncer, por exemplo", diz o especialista.

Além disso, Lopes chama a atenção para algo muito comum, que são as mães que são obrigadas a deixar seus filhos para cumprir compromissos de trabalho, por exemplo. "É possível criar alguma forma onde elas possam retirar seu leite, armazená-lo e dar de outra forma. Mas eu aconselho evitar as mamadeiras. Existem diversas maneiras de dar o leite materno através de dispositivos que não são usando os bicos de borracha da mamadeira de silicone", aponta o pediatra.

Proteção

Para o psicólogo Hipólito Carretoni Filho, especializado em atendimentos familiares, o ato de amamentação é um momento de ebulição de uma série de fatores essenciais para o bem-estar tanto da mãe, quanto da criança. "Para a mãe, o prazer de alimentar e cuidar, tanto fisicamente quanto emocionalmente, do filho que foi gerado por ela traz essa satisfação. A criança torna-se a sua extensão. Já em relação à criança, é importante porque, mesmo recém-nascida, já tem a percepção de estar sendo alimentada, cuidada, protegida e, principalmente, querida", comenta ele.

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