Nestes próximos dias, vamos conhecer um pouco mais sobre as expectativas dos principais personagens do legislativo estadual paulista para os próximos 4 anos: os deputados. Depois de quatro meses de mandato, o que será que eles esperam? Em quem eles se inspiram? Quais as prioridades de cada gabinete? A entrevista desta edição é com a deputada Monica da Bancada Ativista. Os últimos quatro meses "Um período muito intenso, de muitas dores e muitas alegrias. Ainda estou na fase de perceber as limitações desse espaço e da própria conjuntura do momento político para ver até onde conseguir avançar e quais são os limites das políticas que podemos propor. É também intenso ter a possibilidade de estar focada e com a vida estruturada para fazer o que fazia antes sem estrutura, que é o ativismo e a organização de pessoas, a participação popular para o debate político. Politicamente estou vivendo um momento muito específico na Assembleia Legislativa. Tivemos um primeiro semestre ainda muito pautado numa agenda do governo que nem sequer é totalizante " a gente tem um governador governando por decreto e a gente com uma única pauta, que é a das privatizações, dos serviços públicos. Foram debates duríssimos, mas longe de serem totalitários na vida das pessoas". Projetos, legado e futuro "Esse é o mandato da participação, da pluralidade e da coletividade. A Bancada Ativista é muito diversa, muito plural. Ela vai trazer projetos de cada um dos nove segmentos que a gente representa: indígenas, LGBT, mães, negros, mulheres, etc. Estamos produzindo e formulando políticas públicas para todos eles, mas o necessário é fazer isso coletivamente praticando o diálogo, a participação popular das pessoas comuns que usam o serviço público e são beneficiárias ou que são acachapadas por eles. Queremos que os cidadãos participem da política, porque esse é o perfil da Bancada. Somos todos cidadãos médios, mães, indígenas que estavam na aldeia, ambientalistas que estavam na roça, é desse jeito que estamos tocando esse mandato". Inspiração e referências "São tantas mulheres negras que estão quebrando paradigmas e movendo estruturas desde o início da história. Teresa de Benguela no Brasil, Angela Davis nos EUA, mas eu acho que na história recente do Brasil voltamos a viver uma explosão de luta protagonizada por mulheres negras. Eu não posso esquecer de falar de Marielle Franco e do legado que ela deixou, e de outras mulheres do nosso meio político ideológico, que estão fazendo história. Eu sou contemporânea de grandes mulheres".