Fundadora do Projeto Vida Corrida recebe homenagem da Assembleia Legislativa


27/09/2019 16:57 | Sessão Solene | Maurícia Figueira - Foto: Fernando Oliveira

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Público presente<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2019/fg240598.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Integrantes da Bancada Ativista e Neide Santos (ao centro)<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2019/fg240599.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Neide Santos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2019/fg240600.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Mônica da Bancada ativista e Neide Santos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2019/fg240601.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Tiago Cunha Paixão nasceu com paralisia cerebral. Aos nove anos, chegou ao Projeto Vida Corrida, no Capão Redondo, em uma cadeira de rodas. Lá, começou a jogar futebol e, depois, a correr. Após entrar no projeto, conseguiu andar sem a cadeira de rodas. Sua mãe, Cláudia Correia Paixão, atribui a melhora ao Projeto Vida Corrida, entidade homenageada na sessão solene realizada na manhã desta sexta-feira (27/9) na Alesp. Cláudia contou que seu filho treina no centro paraolímpico. "Hoje vejo meu filho andando, fazendo tudo. Ele não tomava banho sozinho, ele não se trocava, não comia sozinho. Hoje ele faz tudo sozinho", disse.

O Projeto Vida Corrida começou com uma iniciativa de Neide Santos, em 1999. No bairro, o único esporte praticado era o futebol. Neide Santos levou o esporte para as mulheres e crianças. Isso num bairro sem opções de lazer e esporte. "Acredito no poder transformador do esporte. Quando juntamos educação e esporte, pode-se mudar a realidade de um entorno. Quando começamos, éramos 2% com nível universitário, hoje somos 30 por cento. No decorrer do tempo, somente três meninas engravidaram na adolescência. São números impactantes para nós da comunidade". O projeto começou depois de Neide perder seu filho, que foi assassinado num assalto. "O Vida Corrida nasceu de um pedido do meu filho, que queria que eu mudasse a realidade do entorno. E eu não fiz quando meu filho estava vivo. Depois que perdi meu filho, quis fazer a vontade dele", falou Neide.

Poder transformador

Há dez anos o Vida Corrida iniciou uma parceria com a Nike e hoje é a única ONG no mundo que tem um contrato por tempo indeterminado com a empresa, comenta Neide.

A iniciativa da homenagem foi da deputada Monica da Bancada Ativista (PSOL). "Diante de um cenário de dor, que ela poderia simplesmente se render, ela resolveu ir além. Ela se tornou uma atleta e professora e, mais do que isso, uma grande líder comunitária. Em torno da casa dela tem muita alegria, muita organização e tem muito debate sobre o que é ser cidadão e pertencer àquele território que já foi palco de muita violência, mas agora é palco e pista para muito esporte", ressaltou a deputada.

Fernando Ferrari, um dos integrantes da Bancada Ativista, comentou: "A Neide é um porta-voz para muitas mães que não têm voz, mães que perderam a voz por conta da violência".

O Projeto Vida Corrida atende atualmente mais de 700 pessoas. Pelo projeto já passaram mais de cinco mil crianças da zona sul de São Paulo.

alesp