Opinião - Dia das Crianças: Precisamos falar sobre a erotização infantil!


11/10/2019 15:36 | Opinião | Leticia Aguiar*

Compartilhar:

Leticia Aguiar<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2019/fg241723.png' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

No dia das crianças estamos às voltas com a pedofilia, a erotização infantil e a violência doméstica, temas que afligem a família brasileira, por isso é necessária uma ampla participação da sociedade para debater esses assuntos e buscar soluções.

Seja qual for o modelo de educação que funciona para cada família, temos de levar em conta que as decisões são sempre tomadas pelos adultos que cercam a criança, afinal, os pequeninos têm pouco ou nenhum poder de escolha.

É por isso que defendo a necessidade de se avaliar os impactos da erotização infantil no desenvolvimento das crianças, já que elas estão, o tempo todo, sujeitas ao que os adultos decidem por ela: em casa, na escola, no ballet, nas aulas de natação, etc.

Outro perigo que cerca nossas crianças é a Ideologia de Gênero. Há várias tentativas de se condicionar a educação das crianças, fazendo-as crer que ser menino ou menina nada tem a ver com o sexo de nascimento e que a suplantação do sexo biológico é "algo normal e saudável", isso é um crime de abuso infantil.

Aos que pretendem endossar a ideologia de gênero de forma generalizada pela educação pública ou pela política, afirmo que desejam, na verdade, confundir tanto as crianças, quanto os pais.

Todos esses temas são prejudiciais para as crianças, porque atravessam o seu processo natural de desenvolvimento e pior, as expõem a experiências com as quais ainda não estão preparadas para lidar ou mesmo se defender.

A erotização infantil incentiva a sexualização precoce, que é uma ação, uma manobra externa que "adultiza", pois não é um processo natural da criança. Essa manipulação é encabeçada por atores sociais como a publicidade infantil, a TV, a internet, a sociedade de consumo, a escola ou até mesmo adultos do seu convívio, que direta ou indiretamente, estão expondo as crianças e as levam a repetir padrões de comportamento inadequados para sua idade.

Pensando nisso, propus a criação de uma frente parlamentar para debater a pedofilia, a erotização infantil e a violência doméstica. Os números justificam a necessidade de instalação dessa frente, que pretende discutir a ampliação de mecanismos de proteção às vítimas, implantação de programas de prevenção e de conscientização e a elaboração de projetos para redução dos índices desses crimes.

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, entre janeiro e agosto de 2019, foram registrados 7.861 estupros, sendo 5.859 de vulneráveis. Somente em São José dos Campos, minha cidade natal, constatamos 111 crimes dessa natureza, sendo 80 contra vulneráveis.

A frente parlamentar incluirá a erotização infantil, mesmo não existindo registros oficiais quanto ao tema. Sabemos que materiais eróticos estão disponíveis não somente em plataformas digitais, mas em outros ambientes, inclusive o escolar, por isso, defendo levar a discussão às escolas paulistas.

A sociedade precisa refletir sobre o processo natural do desenvolvimento das crianças, respeitando os limites de faixa etária adequados a cada discussão, dever que cabe à família avaliar e decidir, a partir do conhecimento sobre as demandas e necessidades da sua criança.

Conversar sobre erotização infantil, sexualização, pedofilia e ideologia de gênero, e quais são os seus perigos reais, também é essencial para garantir a saúde e a integridade das crianças.

Por tudo isso, desejo envolver os deputados paulistas na discussão de mecanismos que mudem essa realidade, para que possamos, enfim, defender as famílias e proteger as nossas crianças.

*Leticia Aguiar é deputada estadual pelo PSL

alesp