Lideranças indígenas se reuniram na Assembleia Legislativa do Estado nesta quinta-feira (7/11) para debater a criação de um curso de ensino voltado aos professores indígenas de educação básica e ensino médio que tenha como base aspectos culturais e as demandas das comunidades. A proposta de uma licenciatura intercultural vem sendo discutida pela Fapisp, Fórum de Articulação dos Professores Indígenas do Estado de São Paulo e Comitê Interaldeias. A ideia foi pensada por um grupo de professores universitários e indígenas. A professora indígena Lenira Djatsy, da aldeia Nhamandu Mirim, fala da atuação do educador nas tribos. "A gente foca no professor indígena porque vivemos a nossa realidade, sabemos dos problemas que temos dentro da aldeia, por exemplo, quanto a língua e às práticas. Um professor indígena chega para reforçar tudo isso. Não que o professor branco não consiga fazer isso, mas nós acreditamos que fica mais difícil". Danilo Benites é coordenador do Comitê Interaldeias e explica como a proposta pode contribuir para perpetuar a cultura. "Antigamente os mais velhos passavam os conhecimentos oralmente, mas hoje temos que registrar a nossa cultura por escrito e os professores estão fazendo essa função que é muito importante. Queremos preservar a nossa cultura e fortalecê-la cada vez mais, por isso pensamos em não perder essa licenciatura intercultural". A integrante da Bancada Ativista do PSOL, Chirley Pankará, ressalta a necessidade do apoio da Casa Legislativa. "É a luta dos povos indígenas por uma licenciatura intercultural. Essa é a importância de traze-los aqui para que haja esse apoio dos deputados e que eles possam ter visibilidade. Ajudar e apoiar essa licenciatura intercultural é importante para os povos indígenas porque leva toda a tradição, cultura e os costumes". O projeto conta com o apoio de entidades como Unifesp e Funai. Já na Alesp, o evento recebeu apoio da deputada Isa Penna (PSOL).