Formas de prevenção e medidas de combate à dengue foram tema exclusivo de reunião da Comissão de Saúde nesta terça-feira (26/11). O encontro recebeu autoridades na doença para estudar as formas que o Poder Público pode atuar para impedir a proliferação de vírus por meio do mosquito Aedes Aegypt. Foram convidados para a reunião o secretário da Saúde, José Henrique Germann; o presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (COSEMS/SP), José Eduardo Fogolin Passos; Adriana Bugno e Maria do Carmo Timenetsky, ambas representando o Instituto Adolfo Lutz; e o coordenador do Programa Estadual de Arboviroses, Marcos Boulos. José Eduardo Fogolin Passos é secretário da Saúde de Bauru/SP, além de presidente do COSEMS. A cidade localizada a 330 km da capital registrou epidemia de casos da doença. Passos destacou que apenas ações vinculadas à secretaria não são suficientes. "O que avaliamos ser necessário, em primeiro lugar, é a mudança de quem coordena os programas de combate às arboviroses. É necessário que isso saia das secretarias da saúde, municipal e estadual e seja tratado pelo próprio gabinete do prefeito, governador e mesmo do presidente. Existe a necessidade de ações também na área da educação, infraestrutura e desenvolvimento urbano", explicou Fogolin. "Como exemplo, é preciso mais divulgação de informações quanto à dengue, a nível de educação. A infraestrutura e a zeladoria das cidades também estão ligadas aos focos de criadouro do mosquito. O país precisa de coleta seletiva, limpeza pública e dar o devido destino ao lixo urbano", completou o secretário. Passos ainda destacou a urgência de um orçamento próprio para as políticas de combate, assim como uma lei própria que possa extrapolar as responsabilidades das secretarias de Saúde. A presidente da comissão, deputada Analice Fernandes (PSDB), foi responsável por intermediar o debate e comentou a preocupação que tem pairado sobre as secretarias municipais de saúde. "As arboviroses têm trazido um transtorno muito grande para os municípios. Todos os prefeitos, quando falam em investimento, sabem que a saúde é a que mais necessita de orçamento, ainda mais em um momento em que a população tem migrado de uma assistência de saúde privada para a pública. Existe uma demanda muito grande por parte dos municípios que o governo precisa ajudar", disse Analice. Esforço comum José Henrique Germann acompanhou a explicação dos convidados e respondeu a dúvidas pontuais dos deputados. "Estabelecemos um esforço comum entre todos que vieram, junto aos deputados. Toda vez que colocamos qualquer assunto em discussão temos um aprendizado. Temos problema de financiamento e de estrutura, como também o problema de inexistir, de fato, vacina. Ainda existem as questões relacionadas ao mosquito, e que são muito mais difíceis de trabalhar que o próprio vírus. Foi uma reunião longa, mas muito produtiva, junto a esses representantes que são referência no assunto", avaliou Germann. No decorrer do encontro, ainda foram destacadas as necessidades de monitoramento das áreas que apresentaram os mosquitos infectados, qual a tendência para outras áreas e quais os tipos de vírus encontrados nos insetos. Compareceram à reunião os deputados Alex de Madureira, Analice Fernandes, André do Prado, Ataide Teruel, Beth Sahão, Caio França, Edna Macedo, Estevam Galvão, Janaina Paschoal e José Américo.