Discutir medidas para termos um futuro sem violência contra a mulher foi o objetivo do seminário realizado na manhã desta segunda-feira (9/3) na Assembleia Legislativa. O evento também marcou o lançamento de uma exposição de desenhos no Espaço Villas Boas, da Alesp. Os desenhos apresentados foram escolhidos em um concurso realizado pela Secretaria de Educação em parceria com a Defensoria Pública com o tema: Lei Maria da Penha - como podemos construir um futuro sem violência contra as mulheres? O primeiro passo do concurso foi dialogar, em sala de aula, sobre o tema da violência contra a mulher. Em seguida, os alunos elaboraram desenhos sobre o assunto. Mais de oito mil desenhos de alunos do ensino médio das escolas públicas do Estado foram apresentados. Desses, 20 foram selecionados para a exposição. Os dois primeiros colocados ilustram uma cartilha da Defensoria Pública sobre a Lei Maria da Penha. A cartilha aborda temas como violência psicológica e física, ensina como as mulheres vítimas de violência podem procurar ajuda nos órgãos públicos, além de esclarecer quais medidas serão tomadas contra o agressor e a favor da vítima. Questões práticas, como quais documentos a vítima precisa levar e como funcionam as casas abrigo também estão na cartilha. O defensor público Rafael Pitanga Guedes comentou o concurso. "A iniciativa teve um grande engajamento de alunos e professores. Recebemos mais de oito mil desenhos do Estado inteiro. Desses, 20 foram selecionados e vão ficar expostos até sexta-feira aqui na Alesp", explicou o defensor. "O seminário vai discutir o tema a partir da abordagem do empreendedorismo feminino, do empreendedorismo social, e também o olhar da administração pública sobre a atenção que deve dar às mulheres vítimas de violência, a inclusão dessas mulheres no mercado de trabalho". A defensora pública Paula Sant'Anna Machado de Souza, coordenadora do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres, comentou que a Lei Maria da Penha é o resultado da luta das mulheres pela igualdade. "Então é um pouco dessa proposta que fizemos com esse concurso. É importante debater nesse espaço da educação a questão da igualdade de oportunidades, a questão da violência que essas meninas e adolescentes ainda sofrem dentro de suas próprias casas", destacou a defensora pública. A iniciativa do evento foi do Instituto do Legislativo Paulista (ILP). Vinicius Schurgelies, diretor-presidente do ILP, ressaltou: "Temos de trazer essa discussão para o parlamento, para poder auxiliar a elaborar de boas políticas públicas que envolvam as políticas para as mulheres". Segundo a deputada Edna Macedo (Republicanos), a sociedade civil precisa apoiar todas as mulheres. "Ainda há muitas mulheres à deriva. Ontem estava vendo uma entrevista com a Dra. Damares. Ela dizia que lá no Pará, nas regiões ribeirinhas, a mulher leva 24 horas, tem de pegar um barco para chegar à delegacia. Veja que horror. Hoje, com uma tecnologia tão grande, ainda há pessoas isoladas, sem apoio. Vamos ouvir opiniões para ajudarmos de alguma forma para que haja menos sofrimento e mais informação", salientou a deputada. O evento foi realizado em parceria entre o ILP, a Defensoria Pública Geral do Estado de São Paulo e a Secretaria de Educação. Fizeram parte da mesa dos trabalhos, além dos citados, os senhores Davi Eduardo Depiné Filho, defensor público geral do Estado de São Paulo; Ana Claudia Carletto, secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania; Sandra Tadeu, vereadora da cidade de São Paulo; Maria Cristina Noguerol, representante da Secretaria de Educação; Ana Carolina Scwan, defensora pública e Talita Vieira de Sousa, primeira colocada do concurso de desenhos.