Frente Parlamentar discute uso da Cannabis Medicinal para redução de danos em usuários

Coordenada pelo deputado Caio França, reunião abordou alternativas para o tratamento da dependência química; encontro contou com a participação de especialistas, que, através de pesquisas, constataram avanços em usuários de drogas
20/06/2024 15:21 | Saúde | Fagner Moura - Fotos: Bruna Sampaio

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Frente Parlamentar da Cannabis Medicinal<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2024/fg328859.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Deputados Eduardo Suplicy e Caio França<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2024/fg328879.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Janaína Rubio: estigmas<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2024/fg328880.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Cleiton Ferreira: recomeço<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2024/fg328881.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Frente Parlamentar discutiu redução de danos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2024/fg328882.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo recebeu, nesta quinta-feira (20), uma reunião da Frente Parlamentar da Cannabis Medicinal e do Cânhamo Industrial. O encontro foi realizado no auditório Teotônio Vilela e teve como temática "Cannabis e Redução de Danos". Coordenada pelo deputado Caio França (PSB), estiveram presentes também o deputado Eduardo Suplicy (PT), especialistas e pessoas que realizam tratamento para a dependência química.

"Resolvemos trazer casos concretos de pessoas que utilizaram a Cannabis Medicinal para reduzir os danos pelo uso de outras drogas e especialistas para discutir o assunto. O tratamento da dependência química é um desafio no mundo moderno", disse Caio França.

Suplicy, que é vice coordenador da Frente Parlamentar, destacou os resultados práticos em usuários de drogas. "Estamos ouvindo o depoimento de diversas pessoas que passam pelo tratamento de dependência química e, graças ao uso desse medicamento, estão conseguindo se livrar do vício e ter qualidade de vida", avaliou.

Andréia Galassi, médica e coordenadora do Centro de Referência sobre Drogas e Vulnerabilidades Associadas, trabalhou uma pesquisa com dois grupos de pacientes que adotaram metodologias distintas de tratamento contra o vício em crack. Ela concluiu que "os resultados foram promissores para quem recebeu o canabidiol, que teve a redução do uso de crack maior que aqueles que receberam os medicamentos convencionais, sem apresentar efeitos colaterais".

A doutora em Saúde Coletiva Janaína Rubio falou sobre os impactos do uso de substâncias como o crack e a cocaína associadas ao álcool, e como a cannabis auxilia para retirar o dependente do ciclo vicioso. "A associação do álcool com essas drogas é extremamente tóxica para o coração e o fígado. Existem estudos que demonstram a eficácia da cannabis para a redução de danos inclusive para opioides (heroína)", alertou a médica.

Recomeço

Cleiton Ferreira participa de um projeto social que o retirou das ruas, onde fazia consumo de drogas. Para ele, o trabalho de redução de danos é amplo e gera oportunidade social para tirar o indivíduo da invisibilidade.

"Ter um lugar para dormir e para realizar uma atividade foi importante para sair daquela realidade", relembrou ele.

Atualmente, Cleiton utiliza o óleo da Cannabis Medicinal para auxiliar no tratamento da dependência química e para a redução da ansiedade.

Estigmas

Abordar sobre as drogas é o primeiro passo para que seja criada uma rede de proteção que facilite o tratamento ao dependente químico. Janaína Rubio apresentou um estudo que trata sobre o estigma relacionado ao tipo de substância consumida. "O álcool é regulamentado e muitas pessoas não reconhecem a dependência pela bebida. Quando se trata do uso da maconha, a família finge não saber ou o usuário esconde. Mas quando o vício é pelo crack, o usuário é expulso de casa, vai parar nas ruas e não sabe como solicitar auxílio", explicou.

"Pessoas em situação de vulnerabilidade social extrema, com baixa escolaridade, baixa renda, negras e periféricas são apontadas como o perfil dos usuários de crack. Fica um grande estigma que parece que só eles usam. Conheci pessoas bem sucedidas que eram usuárias e não queriam fazer parte da pesquisa", recordou ela.

Assista ao evento, na íntegra, na transmissão feita pela TV Alesp:



Mais imagens do evento: https://www.flickr.com/photos/assembleiasp/albums/72177720318083597/with/53804413211/


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